terça-feira, 16 de agosto de 2011

Por você...



Pois é. E é assim. A você eu deixaria beber direto da garrafa. Deixaria o controle remoto da TV nas suas mãos. Deixaria você tomar banho primeiro.
A você eu deixaria o maior pedaço do bolo. E a cereja. A você eu deixaria me descobrir de noite quando pega todo o cobertor. Eu dormiria do lado mais frio da cama, por você.
Por você, eu acordaria de madrugada para fazer carinho e massagem. E por você, levantaria às 6 da manhã só para preparar o seu café antes de você ir trabalhar. Por você, eu tropeçaria e cairia de propósito só para te fazer gargalhar.
Por você, eu ouviria todas essas músicas que detesto e você não. Por você eu até aprenderia a cantá-las. Por você eu deixaria de fumar e até beberia Martini.
A você eu deixaria escolher o filme. E prometeria tentar não dormir. A você eu deixaria colocar a última peça de um quebra-cabeça. Deixaria você beber até cair e te carregaria até a cama.
Por você eu seria mais romântica e ligaria mais para o amor. Por você, eu até fingiria acreditar em tudo. Poderia até tentar acreditar mesmo. Por você faria tudo isso e mais.
Então, por que diabos então você não percebe?!



p.s: so if you need it, i´m letting it show

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Poderiamos casar.




Poderíamos casar, teríamos um apartamento, tomaríamos café as cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos.”

Caio por Clarice..



É lenta e quase não fala. Tem olhos hipnóticos, quase diabólicos. E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais conseguiria alcançá-la. Muita gente deve achá-la antipaticíssima, mas eu achei linda, profunda, estranha, perigosa. É impossível sentir-se à vontade perto dela, não porque sua presença seja desagradável, mas porque a gente pressente que ela está sempre sabendo exatamente o que se passa ao seu redor. Talvez eu esteja fantasiando, sei lá. Mas a impressão foi fortíssima, nunca ninguém tinha me perturbado tanto."

(Caio falando sobre Clarice Lispector)

domingo, 17 de julho de 2011

Caio..




Então quero que você venha, para deitar comigo no meu quarto novo, para ver minha paisagem além da janela, que agora é outra, quero inaugurar meu novo estar-dentro-de-mim ao teu lado, aqui, sob este teto curvo e quebrado, entre estas paredes cobertas de guirlandas de rosas desbotadas. vem para que eu possa acender incenso no Nepal, velas da Suécia na beirada da janela, fechar charos de haxixe marroquino, abrir armários, mostrar fotografias, contar dos meus muitos ou poucos passados, futuros possíveis ou presentes impossíveis, dos meus muitos ou nenhuns eus.
(Caio F. Abreu)

Caio..




Ele pode estar olhando as suas fotos. Neste exato momento. Porque não ? Passou-se muito tempo. Detalhes se perderam. E daí ? Pode ser que ele faça todas as coisas que você faz. Escondida. Sem deixar rastro nem pistas. Talvez ele faça aquela cara de dengoso e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram seus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E ainda assim preferir o silêncio. Ele pode reler seus bilhetes, procurar o seu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as suas músicas, procurar a sua voz em outras vozes. Quem nos faz falta acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez ele perceba que você faz falta. E diferença. De alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado inverno em Paris. Talvez ele volte. Você confia nele ? - Sim. "

Caio..



"Confesso que me dá uma saudade irracional de você. E tenho vontade de voltar atrás, de ligar, de te dizer mil coisas, e cair em suas mãos, sem me importar com nada, simplesmente entregar-te meu coração. Mas não, renuncio, me controlo e digo para mim mesmo que não é assim, que não pode ser, que você se foi, e não volta"



Levanta dessa cama garota. Anda! Sei que tá doendo, mas levanta. Coloca uma roupa. Passa a maquiagem. Arruma esse cabelo. Ajeita a armadura. Segura o coração. Sai por aquela porta. Enfrenta o vento. Sorri pro Sol. Segura o coração. Olha pra ele. Passa reto. Não caia. Não caia. Engole o choro. Fingi de morta quando ele falar com você. Seja fria. Continue andando. Enfrente seus problemas de cara. Reaja. Vai. Tá pensando que é só você que sofre? Tá enganada. Anda menina. Para de ser infantil. A culpa não é de ninguém....Se apaixonou agora segura. Anda. Seja forte. Seja feliz. Seja uma mulher.

Caio..


Relaxa baby e flui , Barquinho Na Correnteza , Deus Dará !

domingo, 19 de junho de 2011

Eu só queria ser feliz



“Ando angustiada demais, meu amigo, palavrinha antiga essa, angústia, duas décadas de convívio cotidiano, mas ando, ando, tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, ,veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara.”

Claro que você não tem culpa, coração (...)



"(...)Claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodka, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, gin-seng e lexotan,depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a ban-chá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma?”

Cansei.




Ora, tristeza, tente ao menos ser mais leve. Quero de volta meus discos de dance music, que você tirou da prateleira. E minhas roupas estampadas, que sumiram do meu armário depois que você se instalou aqui. Por favor, não tente entrar em contato comigo com as velhas razões de sempre. Não é a fria lógica dos seus argumentos que irá guiar meu coração daqui por diante. Quero ver a vida por outros olhos, que não os seus. Quero beber por outros motivos, que não afogar você dentro de mim. Cansei da sua falta de senso de humor, do seu excesso de zelo. Vá resolver suas carências em outro endereço.

..



Uma pessoa não é um doce que você enjoa, empurra o prato, não quero mais. Tentaria, então, com toda a delicadeza possível, sem decidir propriamente decidiu no meio da tarde — uma tarde morna demais, preguiçosa demais para conter esse verbo veemente: decidir. Como ia dizendo, no meio da tarde lenta demais, escolheu que — se viesse alguma sofreguidão na garganta, e veio — diria qualquer coisa como olha, tenho medo do normal, baby.

Ausência




Lembro que naquela manhã abri os olhos de repente para um teto claro e minha mão tocou um espaço vazio a meu lado sobre a cama, e não encontrando procurou um cigarro no maço sobre a mesa e virou o despertador de frente para a parede e depois buscou um fósforo e uma chama e fumei fumei fumei: os olhos fixos naquele teto claro. Chovia e os jornais alardeavam enchentes. Os carros eram carregados pelas águas, os ônibus caíam das pontes e nas praias o mar explodia alto respingando pessoas amedrontadas. A minha mão direita conduzia espaçadamente um cigarro até minha boca: minha boca sugava uma fumaça áspera para dentro dos pulmões escurecidos: meus pulmões escurecidos lançavam pela boca e pelas narinas um fio de fumaça em direção ao teto claro onde meus olhos permaneciam fixos. E minha mão esquerda tocava uma ausência sobre a cama

terça-feira, 15 de março de 2011

Coisa errada.




Então, só para variar,
só de vez em quando,
a gente tem que fazer a
COISA ERRADA,

porquê só fazer a coisa certa,
deixa a vida um pouco chata.

[não deixa?...]




Se eu pudesse...

Se eu pudesse mudaria tudo de lugar,
o tempo, o espaço, as coincidências, as vontades,

colocaria-nos na cena mais doce
que o doce das cenas pudesse aceitar,
e sorriria pra você o sorriso mais repleto de sim
que um sorriso meu pudesse te dar,
e veria nos seus olhos a mistura de doçura,
sorrisos e possibilidades mais completa
e plena que eu poderia sonhar pra nós dois.
E então, nós poderíamos!


Se eu pudesse...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Lygia Fagundes


"Não cortaremos os pulsos, ao contrário, costuraremos com linha dupla todas as feridas abertas."


[Lygia Fagundes Telles]

Lygia Fagundes


Hoje amanheci tão bem! Como se durante a noite tivesse vindo uma fada, uma dessas fadas das histórias antigas, fadinha boa com sua varinha de condão, não sofra mais querida, disse tocando com a varinha a minha cabeça, não sofra mais, ficou repetindo, e nessa hora acordei e me senti diferente.'

Clarice Lispector


"Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!"

Clarice Lispector


"Liberdade é pouco o que desejo ainda não tem nome."

Clarice Lispector

Clarice Lispector


"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir,de entrar em contato...Ou toca ou não toca"


Clarice Lispector

Lya Luft


"...Sou boa, sou má, sou verdadeira, sou desonesta, sou lúcida, sou louca, cresço ou permaneço, amo ou abandono,
ajudo ou torturo - e assim, com o leque das possibilidades,
me foi dado o tormento das opções..."

_Lya Luft

Me entender não é facil...

“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”


" Clarice Lispector"

Clarice Lispector


'...ando de um lado pra outro, dentro de mim, as mãos abandonadas,
pronta pra inventar uma tragédia russa, pronta pra criar um motivo
que me acorde (...)
tinha vontade de fazer um embrulho de mim,
com papel de seda, lacinho de fita, e mandá-lo pra você. Aceita?'

[ Lispector]

Clarice Lispector


"Eu te amo – disse ela com ódio ao homem, cujo crime impunível que cometera era o de não querê-la".


(Clarice Lispector)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Freud.


"...cedendo em um devaneio sistemático que ela descrevia como seu teatro particular."

Freud

Meu manual de instruções ( Marta Medeiros )


"Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro.

Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenha vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo.

Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. (Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta!

Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar às vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os.

Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.

Me enlouqueça uma vez por mês, mas me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. Goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ...

Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções.

Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar !!!

Martha Medeiros

Trecho de O Divã ( Marta Medeirps )


(trecho de O Divã)

"Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos.
Tudo perda de tempo.
Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia."

Eu...



"Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua."

Caio F Abreu.


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Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com esta fome na boca, beber um copo de leite, molhar plantas, jogar fora jornais, tirar o pó de livros, arrumar discos, olhar paredes, ligar desligar a TV, ouvir Mozart para não gritar e procurar teu cheiro outra vez no mais escondido do meu corpo, acender velas, saliva tua de ontem guardada na minha boca, trocar lençóis, fazer a cama, procurar a mancha de esperma nos lençóis usados, agora está feito e foda-se, nada vale a pena, puxar cobertas, cobrir a cabeça, tudo vale a pena se a alma, você sabe, mas a alma existe mesmo? E quem garante? E quem se importa? Apagar a luz e mergulhar de olhos fechados no quente fundo da curva do teu ombro, tanto frio, naufragar outra vez em tua boca, reinventar no escuro do teu corpo de moço homem apertado contra meu corpo de moço homem também, apalpar as virilhas, o pescoço, sem entender, sem conseguir chorar, abandonado, apavorado, mastigando maldições, dúbios indícios, sinistros augúrios, e amanhã não desisto. Te procuro em outro corpo, juro que um dia te encontro.

Não temos culpa. Tentei. Tentamos.

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Não preciso ter medo de espantar o que já está tão longe de mim.

Marta Medeiros

"Em algum lugar, deve existir, uma espécie de bazar onde os sonhos estraviados vão parar..."

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Frases de Oscar Wilde..

Oscar Wilde nasceu no ano de 1854,em Dublin,na Irlanda.Poucos foram e são os escritores imaginativos,complexos e fascinantemente encantadores.Oscar Wilde pertenceu a essa estirpe de homens.Foi-o no diálogo casual,foi-o na amizade,foi-o nos anos da felicidade e nos anos adversos.Continua a sê-lo em cada linha que a sua pena traçou.Oscar Wilde foi um "homo ludens".Brincou com o teatro,brincou com a poesia,felizmente brincou com o ensaio,com o diálogo,com o romance.Brincou tragicamente com o seu destino,iniciou um processo que sabia de antemão perdido e que o levaria à prisão e à desonra.No ano de 1900,o mundo ficou triste e pobre,Oscar Wilde morreu no Hôtel d`Alsace,em Paris.
A sua obra não envelheceu;podia ter sido escrita esta manhã.(...)


*Não deixe de perdoar os seus inimigos - nada os aborrece tanto.

*A melhor maneira de livrar se de uma tentação é ceder-se a ela.

*Meu gosto é muito simples. Gosto do melhor de tudo.

*As mulheres são feitas para serem amadas, não para serem compreendidas.

*Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo.

*Devem-se escolher os amigos pela beleza, os conhecidos pelo caráter e os inimigos pela inteligência.

*A Moral não me ajuda. Sou antagônico nato. Sou uma daquelas pessoas que são feitas para exceções, não para regras.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Anotações sobre um amor urbano..


Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com esta fome na boca, beber um copo de leite, molhar plantas, jogar fora jornais, tirar o pó de livros, arrumar discos, olhar paredes, ligar desligar a TV, ouvir Mozart para não gritar e procurar teu cheiro outra vez no mais escondido do meu corpo, acender velas, saliva tua de ontem guardada na minha boca, trocar lençóis, fazer a cama, procurar a mancha de esperma nos lençóis usados, agora está feito e foda-se, nada vale a pena, puxar cobertas, cobrir a cabeça, tudo vale a pena se a alma, você sabe, mas a alma existe mesmo? E quem garante? E quem se importa? Apagar a luz e mergulhar de olhos fechados no quente fundo da curva do teu ombro, tanto frio, naufragar outra vez em tua boca, reinventar no escuro do teu corpo de moço homem apertado contra meu corpo de moço homem também, apalpar as virilhas, o pescoço, sem entender, sem conseguir chorar, abandonado, apavorado, mastigando maldições, dúbios indícios, sinistros augúrios, e amanhã não desisto. Te procuro em outro corpo, juro que um dia te encontro.

Não temos culpa. Tentei. Tentamos.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Fernanda Young




A verdade é que me enchi, De você, de nós, da nossa situação sem pé nem cabeça. Não tem sentido continuarmos dessa maneira. Eu, nessa constante agonia o tempo todo imaginando como você vai estar. E você, numas horas doce, noutras me tratando como lixo. Não sou lixo. Tampouco quero a doçura dos culpados, artificial como aspartame.
Fico pensando como chegamos a esse ponto. Não quero mais descobrir coisas sobre você, por piores ou melhores que possam ser.
Assim, chega. Chega de brigas, de berros, de chutes nos móveis. Chega de climas, de choros, de silêncios abismais. Para quê, me diz? O que, afinal, eu ganho com isso? A companhia de uma pessoa amarga, que já nem quer mais estar ali, ao meu lado, mas em outro lugar?
Sinceramente, abro mão. Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando.
Bom é isso, se agora isso ainda me causa alguma tristeza, tudo bem. Não se expurga um câncer sem matar células inocentes…”

Fernanda Young

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O amor, é o ridículo da vida. (Cazuza)


A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer NÃO dói.”

Caio F Abreu. Pequenas Epifanias

Tati Bernardi


Eu não quero promessas. Promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos.

(Tati Bernardi)

Tati Bernardi





Nunca mais se viram,nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos.É fácil pq os dias passam rápidos d+,é difícil pq o sentimento fica

Tati Bernardi

(Texto com citações de Caio Fernando Abreu, Tati Bernardi, Carlos Drummond Andrade e Chico Buarque, pelo simples fato deles serem os únicos que falam do que do meu coração está cheio.)



Hoje eu acordei com uma saudade imensa e não sei o que fazer com ela, sabe aquela saudade de quem não sabe que eu sinto saudade? Então, essa é a verdade, eu sinto uma falta absurda de você. Mas também, como diz Caio Fernando Abreu, “Nunca tinha sido tão intenso, nem tão bonito. Nunca tinha tido um jeito assim, tão forever.” e para completar “Não, ela não era tola. Mas como quem não desiste de anjos, fadas, (...) e happy ends cinderelescos, ela queria acreditar.". E eu acreditei, acho que acreditei mais do que eu deveria, na verdade eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento, mas como não gostar de uma pessoa que é gentil, simpática e diz todas as coisas que deveria, o certo seria eu ter mantido os pés no chão, mas isso seria impossível, pois minhas vontades são bipolares demais, então, Tati Bernardi fez de minhas palavras nesse trecho de um de seus textos: “Minha vontade agora é sumir. Chamar você. Me esconder. Ir até a sua casa e te beijar e dizer que te amo e que você é importante demais na minha vida para eu te abandonar. Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira. Minha vontade é esquecer você. Apagar você da minha vida. Lembrar de você a cada manhã. Pensar em você para dormir melhor. Então eu percebo: IT’S ME, e minhas vontades são bipolares demais.”. E eu confesso que não é exatamente a realidade que eu esperava encontrar, só que chega um ponto que a gente cansa, que não quer mais saber de aventuras ou de procuras, entende? Na verdade o que eu esperava era uma certeza, não só minha, mas de ambas as partes. Só que essa mania de esperar que as coisas sejam de tal forma, faz com que a gente se decepcione e sofra. Tá, mas se formos nos basear no que Carlos Drummond Andrade diz, o certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso. Eu pretendia dizer algo bem especial pra você, alguma coisa que fizesse você largar tudo e vir correndo me ver. Então, que tal não desistir agora? Que tal ter esperança? Estou contradizendo tudo o que eu disse no texto, mas é a bipolaridade que não me abandona, e já que pra Tati B. "Amor que é amor não para, não tem intervalo, atropela.", porque não deixar que ele passe com o caminhão por cima de mim logo? O amor desperta sorrisos, retira mágoas, quando verdadeiro e sincero, apaga o passado e reconstrói um futuro, e se eu pudesse, eu voltaria atrás e não mudaria o que eu sinto, eu continuaria escolhendo você, Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui mil anos, eu escolheria você… E como já dizia Carlos Drummond “O amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será.“. E no final eu me despeço com a música de Chico Buarque que diz “O amor não tem pressa, Ele pode esperar em silêncio.”.


(Texto com citações de Caio Fernando Abreu, Tati Bernardi, Carlos Drummond Andrade e Chico Buarque, pelo simples fato deles serem os únicos que falam do que do meu coração está cheio.)

A carta, por Caio F Abreu,


Tenho trabalhado tanto, mas penso sempre em você.
Mais detardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira
assentada aos poucos e com mais força enquanto a noite avança.
Não são pensamentos escuros, embora noturnos. Tão transparentes
que até parecem de vidro, vidro tão fino que, quando penso mais
forte, parece que vai ficar assim clack! e quebrar em cacos, o
pensamento que penso de você. Se não dormisse cedo nem estivesse
quase sempre cansado, acho que esses pensamentos quase doeriam
e fariam clack! de madrugada e eu me veria catando cacos de vidro
entre os lençóis. Brilham, na palma da minha mão. Num deles, temuma borboleta de asa rasgada. Noutro, um barco confundido com alinha do horizonte, onde também tem uma ilha. Não, não: acho que ailha mora num caquinho só dela. Noutro, um punhal de jade. Coisasassim, algumas ferem, mesmo essas que são bonitas. Parecem filme,livro, quadro. Não doem porque não ameaçam. Nada que eu pensode você ameaça. Durmo cedo, nunca quebra. Daí penso coisas bobasquando, sentado na janela do ônibus, depois de trabalhar o diainteiro, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, epenso demais em você. Quando não encontro lugar para sentar, oque é mais freqüente, e me deixava irritado, descobri um jeitoengraçado de, mesmo assim, continuar pensando em você. Meseguro naquela barra de ferro, olho através das janelas que, nessaposição, só deixam ver metade do corpo das pessoas pelas calçadas,e procuro nos pés daquelas aqueles que poderiam ser os seus. (A teus pés, lembro.). E fico tão embalado que chego a me curvar, certoque são mesmo os seus pés parados em alguma parada, algumaesquina. Nunca vejo você - seria, seriam? Boas e bobas, são ascoisas todas que penso quando penso em você. Assim: de repente aodobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto dementirinha como aqueles que as crianças pregam umas nas outras.Finjo que me assusto, você me abraça e vamos tomar um sorvete,suco de abacaxi com hortelã ou comer salada de frutas em qualquerlugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta omeu pensamento e do outro lado do fio você me diz: estou pensandotanto em você. Digo eu também, mas não sei o que falamos emseguida porque ficamos meio encabulados, a gente tem muito pudorde parecer ridículos melosos piegas bregas românticos pueris banais.Mas no que eu penso, penso também que somos meio tudo isso, nãotem jeito, é tudo que vamos dizendo, quando falamos no meupensamento, é frágil como a voz de Olívia Byington cantando Villa-Lobos, mais perto de Mozart que de Wagner, mais Chagal que VanGogh, mais Jarmush que Win Wenders, mais Cecília Meireles queNelson Rodrigues.Tenho trabalhado tanto, por isso mesmo talvezando pensando assim em você. Brotam espaços azuis quando penso.No meu pensamento, você nunca me critica por eu ser um poucotolo, meio melodramático, e penso então tule nuvem castelo seda perfume brisa turquesa vime. E deito a cabeça no seu colo ou vocêdeita a cabeça no meu, tanto faz, e ficamos tanto tempo assim que aterra treme e vulcões explodem e pestes se alastram e nós nempercebemos, no umbigo do universo. Você toca minha mão, eu tocona sua.Demora tanto que só depois de passarem três mil dias consigoolhar bem dentro dos seus olhos e é então feito mergulhar numaságuas verdes tão cristalinas que têm algas na superfície ressaltadascontra a areia branca do fundo. Aqualouco, encontro pérolas. Sei queé meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito, e se estou em pé noônibus solto um pouco as mãos daquela barra de ferro para meucorpo balançar como se estivesse a bordo de um navio ou de você.Fecho os olhos, faz tanto bem, você não sabe. Suspiro tanto quandopenso em você, chorar só choro às vezes, e é tão freqüente. Caminhomais devagar, certo que na próxima esquina, quem sabe. Não tenho tido muito tempo ultimamente, mas penso tanto em você que na hora de dormir vez emquando até sorrio e fico passando a ponta domeu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos. Mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos. Nuvens, espaços azuis, pérolas no fundodo mar. Clack! como se fosse verdade, um beijo.

The Cranberries

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ana Jácomo


"E se não quisermos, não pudermos, não soubermos,
com palavras, nos dizer um pouco um para o outro,
senta ao meu lado assim mesmo.
Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra
até nascer aquele sorriso bom que acontece
quando a vida da gente se sente olhada com amor.
Senta apenas ao meu lado
e deixa o meu silêncio conversar com o seu.
Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras."
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Ana Jácomo

Marilyn Monroe


"Eu acredito que nada acontece por acaso. As pessoas mudam para que você consiga deixá-las para lá. As coisas dão mal para você aprender a apreciá-las quando estão boas. E às vezes, coisas boas se separam para que coisas melhores ainda se juntem."


(Marilyn Monroe)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Caio F Abreu.


Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas que me diga logo pra que eu possa desocupar o coração. Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida. E não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranqüilidade possível que estou só do que ficar a mercê de visitas adiadas, encontros transferidos.



Caio Fernando Abreu

Eu..


“Eu nunca vou entender o que você quer, o que você gosta, o que você espera que eu faça. Eu nunca vou saber se é pra falar, se é para concordar, se é pra negar, se é pra te contradizer. Eu nunca vou entender suas intenções sobre nós dois. Eu nunca vou te entender. E isso talvez deve-se ao fato de você ser tão igual à mim.”